terça-feira, 27 de outubro de 2015

Deixar ir... / To let go....

Passei a semana passada em sofrimento, dentro de mim sentia uma guerra. Montei e desmanchei as malhas da minha camisola vezes
incontáveis, criei e recriei padrões de folhas de outono em tricôt porque queria algo e não sabia o que era.  A relação comigo e a relação com o meu companheiro estavam a desgastar-me. Mas lá fora tudo está a crescer, o meu trabalho árduo no jardim a dar frutos, a minha família com saúde, amor e amizade à minha volta e eu não entendia porque é que em vez de gratidão, tudo o que eu sentia era frustação.
Então recriei um padrão de tricôt e comecei a tricotá-lo sem ideias pré-defenidas, sem pensar em camisolas, sem pensar em resultados só pelo prazer da experiência em si. E alguma paz começou a crescer dentro de mim.

Na sexta feira recebi um convite para a festa de aniversário da E. uma das meninas de quem fui educadora de infância o ano passado no projecto Caracol ao Sol, uma escola Waldorf no Barril do Alva. E apesar de ter ficado muito feliz por poder estar com ela e com a sua família numa ocasião tão especial, não tinha nenhuma prenda para esta menina do Outono. Então lembrei-me de como ela sempre usa fitas na cabeça, e de repente ali estava à minha frente uma fita já feita com um padrão único e com as cores do Outono, as cores do mês em que a E. nasceu. E uma gratidão enorme surgiu dentro do meu peito. O segredo é confiar no processo sempre... e saber deixar-mo-nos ir. Fiz isso tantos anos com as bonecas personalizadas, e pensei que tinha aprendido a lição, mas pelos vistos o que temos como garantido está-nos sempre a pôr à prova.
Entretanto fiz um marcador de livros fiado à mão, mais um presente para uma amiga muito especial.
Para mim trabalho interior e trabalho exterior andam sempre sempre a par. E podia ser de outra maneira?

Last week was a very hard week. I felt a war inside me and I couldn't understand why. I did and undid my Autumn sweater so many times without getting it.  It just didn't felt right, I was so frustrated with it as I was with me, my life and my relationships. If I have health, love and friendship if the hard work I'm putting in my garden is being compensated by mother nature, why was I felling frustration instead of gratitude? In despair I've decided to give up on the sweater and  began to make a scratch of a pattern for one Autumn leaf, I began to knit for the sake of the experience itself without any expectations, and some peace began to arose within me, my inner child began to feel fed by the experience of creating something new, just for the fun of doing it.

So Friday i got this invitation for E.'s birthday party (I was her kindergarten teacher last year in a Steiner school in Barril do Alva called Caracol ao Sol), and I was very glad for the chance of celebrating such a special day with her and her family, at the same time I got worried because I didn't had any gift special enough for such a special child. And suddenly I looked at my knitting project and there it was an autumn headband (she wears headbands all the time) for an Autumn child. How perfect was that? I felt such a deep gratitude in my soul. It reminded me what I knew for so long, that we must trust the process and let go... I did it so many years with the personalized dolls I've created but somehow along the way I forgot how important it is to trust the process and let go of the expectations, and here I was being reminded again.
Meanwhile I've finished a book marker handspuned by me, a special gift for a very special friend. 
For me inner work and outer work go always hand to hand, could it be any other way?

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