A Guida com a sua sensibilidade e sabedoria ensinou-me a sentir antes de fazer, e assim foi. Fui devagar como quem pisa em terreno desconhecido, com respeito e curiosidade, sentindo aprofundando, abrindo o meu corpo ao movimento da roda deixando que os meus pés, pernas e quadris se ajustassem ao sentido da rotação, lento pausado respirado, como quem conta um conto antigo e profundo que vêm das entranhas da própria Memória. E foi assim como quem conta um conto que comecei a fiar. Primeiro junto com a Guida, ela como anciã desvelando os segredos da arte à noviça, e eu absorvendo a sua paixão e o seu amor pela fiacção. Depois em casa sozinha tive oportunidade de ir ainda mais fundo, e mais fundo e agora posso dizer de peito aberto que contar histórias e fiar são de facto duas artes que me completam e fazem desabrochar o meu interior de forma plena.
E estou grata muito grata....
1º novelo fiado em casa na roda |
Sem comentários:
Enviar um comentário